A pré-eclâmpsia é responsável por 10% a 15% das mortes maternas em todo o mundo

Estima-se que cause mais de 70 mil mortes maternas e 500 mil mortes fetais/neonatais por ano

Está entre as principais causas de internação em UTI obstétrica e
prematuridade severa

(Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), FIGO, ASPRE Trial)

A Pré-Eclâmpsia pode levar a complicações graves, como:

  • Convulsões (eclâmpsia)
  • Síndrome HELLP (hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia)
  • Insuficiência cardíaca ou renal
  • Descolamento prematuro da placenta
  • Parto prematuro e emergência obstétrica
  • Risco aumentado de doenças cardiovasculares futuras para a mãe

A boa notícia: é possível prevenir!

É possível identificar mulheres com risco aumentado de desenvolver
pré-eclâmpsia ainda no primeiro trimestre da gestação, entre 11 e 14 semanas.

Esse rastreamento inclui:

  • Histórico clínico da gestante
  • Doppler das artérias uterinas
  • Medida da pressão arterial média
  • Marcador bioquímico (PlGF)

O Estudo ASPRE é um ensaio clínico multicêntrico, duplo-cego e randomizado que avaliou o uso de aspirina em dose baixa (150 mg/dia) para prevenir pré-eclâmpsia pré‑termo (antes de 37 semanas) em mulheres com alto risco identificado no 1º trimestre.

O estudo mostrou que a aspirina na dose de 150mg/dia quando iniciada até 16 semanas e mantida até 36 semanas resultou em:

  • Redução de 62% na incidência de pré‑eclâmpsia pré‑termo (0,8% no grupo aspirina vs. 4,3% no grupo placebo; OR 0,38; p = 0,004) 
  • Queda dramática — quase 90% — na ocorrência de pré‑eclâmpsia muito precoce (entre aquelas que tiveram parto antes de 32 semanas)
  • Redução em cerca de 70% no tempo de internação neonatal em UTI, devido à menor frequência de nascimentos prematuros < 32 semanas

https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa1704559