Dor para amamentar é uma queixa muito comum nos primeiros dias de vida do bebê. Em grande parte das vezes, ela pode ser decorrente de uma pega errada, que pode gerar ferimentos nas mamas ou sensibilidade local. À medida em que o bebê e a mãe se adaptam ao processo e corrigem a pega, esta dor tende a melhorar.
Contudo, é importante destacar que nem sempre a dor é causada por pega errada. Existem outras causas de dor relacionadas ao próprio bebê, à lactante ou da interação dos dois. É importante que o profissional que dá assistência à lactante se atente para estas outras possibilidades e, na anamnese, pergunte qual o tipo da dor (ardência, pontada etc), momento em que ocorre (só no início, durante toda a mamada ou também fora da mamada), sintomas associados (ardência mamilar, lesão mamilar).
Além da história clínica, a avaliação da mamada em tempo real traz outras informações importantes, como posicionamento do bebê, padrão de sucção, tempo de mamada etc.
Seguem alguns exemplos de causas de dor ao amamentar que não estão necessariamente relacionadas a um erro de pega:
– Bebê: anquiloglossia (também conhecido como “freio lingual curto”) – pode gerar dor, lesão nos mamilos;
– Lactante: candidíase mamária (infecção fúngica local), ingurgitamento mamário (leite “empedrado”), mastite (infecção bacteriana do tecido mamário);
– Interação da lactante com o bebê: fenômeno de Raynaud de mama (fenômeno vascular mamário que pode aparecer espontaneamente ou a depender do padrão de mordida do bebê).
Se estiver com dor para amamentar, passe em avaliação com seu pediatra. Em alguns casos, o profissional solicita avaliação multiprofissional, como a de consultora de amamentação e/ou de um osteopata. É importante se certificar da causa desta dor para uma tomada de conduta precoce e menor risco de desmame.
Texto redigido pela Dra Giovanna Gavros Palandri, Pediatra Geral e Infectologista Pediátrica.
